domingo, 3 de março de 2013

O que se pode esperar?

Numa recente intervenção pública, o atual secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, em referência à proposta de alteração legislativa às ações de arborização e rearborização, alertou para o facto de não se poder esperar que a mesma venha, ou se destine, a resolver todos os problemas do setor florestal.

Efetivamente, a proposta não vem resolver problema algum do setor florestal. Muito pelo contrário, desprovida de medidas que fomentem a assistência técnica à produção florestal e de uma regulação dos mercados de produtos silvícolas, esta iniciativa só vem piorar a situação dos contribuintes, face ao contributo que dá para o aumento dos riscos associados aos incêndios florestais (cujos custos são, como se sabe, maioritariamente suportados pelos nossos impostos). 

A iniciativa de fomento florestal (agora abordada como destinando-se a todas as espécies, para desmistificar que se destina de facto ao eucalipto), desassociada da medidas para a subsequente condução cultural (gestão florestal) dos povoamentos florestais que venham a ser gerados, bem como de garantias de justo acesso aos mercados por parte dos produtores florestais, em especial os de minifúndio (principais destinatários da proposta e os mais desprotegidos a nível comercial), ou é uma iniciativa míope, ou serve interesses específicos à custa do todo.