De acordo com notícia desenvolvida pela TSF, o
secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural vai visitar a
Noruega.
Foram enunciados dois objetivos para esta viagem: (1) a intenção do
governo português em desenvolver um fundo de investimento florestal e a (2) apresentação aos noruegueses dos sucessos alcançados por Portugal em matéria de
defesa da floresta contra incêndios.
Da última vez que estive na Noruega apercebi-me do que é a
concretização de uma política florestal de Estado (ao invés da nossa que
assenta em protecionismos de Estado).
Espero sinceramente que o secretário de
Estado de Portugal consiga aprender bom ensinamentos, não apenas em matéria de
fundos financeiros, mas sobretudo ao nível:
- do funcionamento dos mercados de
produtos florestais;
- da organização da produção florestal;
- do apoio técnico aos
produtores; e,
- da responsabilidade social e ambiental dos agentes
silvo-industriais.
Quando voltar não esqueça contudo um fator decisivo: nós somos latinos. Não importe ideias, seja
capaz de as adaptar (um exercício mais complicado).
Contudo, analisemos em concreto os dois objectivos
apresentados na reportagem radiofónica para esta deslocação.
Quanto à criação de um fundo de investimento florestal, que o
secretário de Estado garante que não terá por origem a cobrança de mais taxas,
pergunta-se: o que é afinal o Fundo Florestal Permanente criado pelo Governo
de Portugal em 2003? Ah, criou entretanto clientelas outras que importa agora
manter? Desvirtuou-se e não há coragem política para o fazer regressar aos
moldes originais? Vai então, cria-se outro. E como se garante que este novo
também não se desvirtuará no futuro próximo?
Quantos os resultados em matéria de defesa da floresta contra
os incêndios, para aprender, o secretário de Estado poderia encurtar os custos
da viagem, poderia ficar-se pela região francesa da Aquitânia. Traria com certeza bons
ensinamentos e promoveria menos encargos para os contribuintes. Mas, se é efetivamente
para transmitir aprendizagem, a desenvolvida por Portugal, creio que um email
com duas imagens enviado ao Reino da Noruega seria suficiente:
- A dos resultados estatísticos:
A diferença entre 2003 e 2013, que o secretário de Estado alega, resulta de puro milagre.
- A dos resultados no terreno:
O País tem muitos produtos e serviços que pode e deve exportar cor orgulho. Tem também bons especialistas em matéria de defesa da floresta contra os incêndios, designadamente nas Universidades. Mas querer exportar a política portuguesa de defesa da floresta contra os incêndios parece bizarro.
Era escusada a viagem. Nós por cá podemos sempre prestar consultoria prévia.
(Fonte_ TSF, em http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=3632600)
Era escusada a viagem. Nós por cá podemos sempre prestar consultoria prévia.
(Fonte_ TSF, em http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=3632600)