O vice-primeiro-ministro é célere em anúncios de bom
desempenho na atribuição de fundos públicos ao setor primário, não fosse também
o líder do “partido da lavoura”. Mas, será que a distribuição de verbas obtidas
através dos nossoa impostos e demais europeus tem um retorno económico positivo
para o País, ou tais anúncios servem apenas de suporte a obtenção de votos?
Bom, nas florestas, a um maior desempenho na distribuição
de fundos públicos tem correspondido, historicamente, uma pior gestão florestal
e a maiores áreas ardidas. Não que as florestas e os proprietários florestais
não careçam de tais apoios, ou a eles tenham direito por serviços prestados à
Sociedade, mas talvez o não retorno económico, e mesmo ambiental e social
esperados, tenha por base outros razões. Aquelas a que sucessivos governos
persistem em proteger (não em nome da Economia, nem do Ambiente, nem do Emprego
e do combate ao êxodo rural).
Mas, tirando o caso particular da floresta, será que na
agricultura e nas pescas se vislumbra um retorno económico positivo da
distribuição desses fundos públicos?
Na análise da evolução histórica do Valor Acrescentado
Bruto da Agricultura, Florestas e Pescas, esse retorno económico positivo não
se vislumbra. Talvez também aqui, os apoios ao investimento e ao rendimento não
sejam suficientes face aos constrangimentos evidentes nos mercados e aos
interesses neles instalados, sistematicamente protegidos pelas governações.
Talvez não seja possível obter os dois mundos, o de um
setor agrícola, florestal e das pescas forte em valor, ou o de empresas industriais
e de distribuição cotadas nos “tops” internacionais. Que o eleitorado faça a
sua opção.
Post
Scriptum: O intuito do texto não é de mera crítica a quem faz, o intuito é
mesmo de provocar uma alteração de políticas, setoriais, de desenvolvimento
rural, económica, ambiental, fiscal e de emprego e bem estar.
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