Quando, em 2011, o autodenominado
“partido da lavoura” chegou ao Ministério da Agricultura, ainda mais com uma
mulher a dirigir as operações, julgou-se que algo mudaria em matéria de
política florestal.
Houve até um
secretário de Estado que se quis impor com a conclusão do cadastro rústico (um
entre possíveis instrumentos de caracterização do público alvo das medidas de
política florestal). Outro recheava os discursos com os novos paradigmas.
Afinal, o cadastro acabou numa comissão, o secretário de Estado foi
cirurgicamente afastado e os paradigmas, esses… já lá vamos.
Volvidos quatro
anos persiste o status quo, ou
melhor, agravou-se. Os mercados e o seu opaco funcionamento (opaco para quem
não quer ver) ficaram intocados. Melhor, os “donos da floresta” viram reforçados
os seus domínios. Nem lavoura, nem contribuintes. Estes últimos irão continuar
a suportar anualmente a usurpação dos espaços florestais sem florestais (os
seus proprietários, leia-se).
A lavoura, essa
está-se a ver confrontada com os “novos paradigmas”: o Exército chamado a
invadir as propriedades, com a justificação da vigilância, e as ameaças de
ocupação de terras privadas, em particular das famílias que se viram forçadas a
migrar no pós-ditadura, isto sob pretexto de as rentabilizar por outros
utilizadores (Milagres? Só intervindo nos mercados).
A ministra do "partido da lavoura" gosta é de “folclore”. O folclore pode estar associado à lavoura, mas a
lavoura está muito longe de ser folclore.
Apesar deste
faduncho lusitano, existem casos de sucesso no sul da Europa em matéria de
gestão da floresta privada, não é o caso em Portugal (nem tão pouco na “joia da
coroa”, o montado de sobro).
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