Comichões e faz-que-torces,
faz-que-torces e comichões. A arte de encanar a perna à râ. Tem vezes em que as comichões assumem a forma de pato (ou
servem para enganar patos), são as
chamadas pataformas.
Isto serve aqui para a questão dos mercados de produtos florestais, mas são
um vício que se estende a várias vertentes da vida agroflorestal e nacional,
como sejam os casos do cadastro rústico, das bolsas que viram bancos de terras,
ou da poluição atmosférica e dos recursos hídricos (onde vivenciamos hoje um
manifesto retrocesso civilizacional).
O XIX Governo Constitucional criou uma pataforma
para acompanhamento das relações nos mercados de bens florestais (a PARF). Do XX Governo
não há história. O XXI Governo da República veio agora, por aprovação em
Conselho de Ministro, realizado no Dia Internacional da Floresta (aqui os
pormenores contam), substituir a pataforma
por uma comichão (a CMPF). Como o concretizou
num amplo sem senso, não será de
estranhar que o XXII Governo converta a comichão
numa faz-que-torce. Quem aposta?
E todo isto a propósito da capacidade governativa em enfrentar os lobbies (oligopólios) existentes ao
nível da procura de bens de base florestal. Convém não enfrentar os fortes! Sigamos então para bingo…
vendemos ovos cobertos de ouro, mas a
partir de uma galinha que definha a
cada ano que passa. Os governos continuam a insistir em dar primazia às
consequências e efeitos, para contornar as causas. Os fortes governam, sem qualquer regulação que se lhes consiga impor. É
o liberalismo, meu caro (agora disfarçado de socialismo)!
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