Portugal possui, felizmente, um vasto
leque de motivos de orgulho, seja no que respeita ao fabuloso território, seja no que diz
respeito à maioria da suas gentes.
Mas, tem também o reverso da medalha.
Entre outros aspetos, aponta-se aqui o de uma indústria papeleira que prima por
evidenciar elevados índices de poluição, seja no plano industrial, seja no da
ocupação do território, no próprio e no alheio, mas a partir do qual garante o
seu abastecimento. Pior, tem tido o suporte politico necessário à proteção de
uma situação de sequestro dos mercados. As consequências têm sido cada vez mais
desastrosas. Nada tem obstado a que sejam cada vez piores.
No plano industrial, as unidades fabris
da indústria papeleira ocupam lugares destacados nos rankings nacionais de
poluição atmosférica e para o meio aquático. No plano do território, a espécie
exótica que garante a sua subsistência foi em 1996 responsável por 3% da área
ardida em Portugal, em 2016 essa percentagem chegou aos 40%. Mas, cingindo-nos apenas
à área de povoamentos florestais, a percentagem de plantações de eucalipto na
área ardida foi, respetivamente, de 13% e 70%. Pode até ser mais baixa em 2017,
mas nada parece contrariar a tendência de crescimento exponencial.
Afinal, face a outras alternativas de
ocupação do território (que as há e felizmente muito variadas), qual o valor
líquido das exportações de pasta e papel face ao valor potencial líquido dessas
outras opções. Será que não tem sido a proteção governamental à indústria
papeleira que tem inviabilizado essas outras alternativas. Uma passagem de 3%
para 40% de peso do eucaliptal na área ardida em Portugal evidencia uma urgente
necessidade de aposta em alternativas.
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