O grupo PortucelSoporcel, através da uma
empresa de comunicação, anunciou realizar investimentos anuais de 3 milhões de
euros, lê-se em responsabilidade social, no caso concreto em prevenção e no apoio
ao combate aos incêndios florestais.
Se em área certificada e sob a tutela direta do
grupo, feitas as contas, tal investimento equivale a uma aplicação pecuniária de pouco mais de 24 euros por hectare/ano. Parece-nos,
salvo melhor opinião, um investimento irrisório.
Se em superfícies
florestais vizinhas, seja através de apoio financeiro a organizações de
produtores florestais, a entidades gestoras de zonas de intervenção florestal,
a corporações de bombeiros, a entidades da proteção civil, ou outras, independentemente da avaliação do seu impacto, ficam
sempre as dúvidas:
- Uma aplicação financeira na mitigação dos riscos de investimento silvo-industrial do próprio grupo não é tão só um mero ato de gestão dos mesmos?
- Pode esse ato, de mera gestão de riscos, ser considerado como medida de responsabilidade social?
Com efeito, em consulta ao sítio da Environmental
Justice Atlas, constam conflitos de interesses com populações rurais, que
talvez não estejam conformes com os princípios de responsabilidade social. O
grupo tem disponível neste país africano uma área de cerca de 360 mil hectares.
O 2.º maior exportador nacional tem de clarificar rapidamente as questões que podem por em causa a sua imagem interna e externa. Não basta anunciar apenas investimentos anuais de 3 milhões de euros em "responsabilidade social".