domingo, 8 de setembro de 2013

Contributo para atenuar o problema dos incêndios florestais em Portugal.

Para atenuar o problema dos incêndios florestais em Portugal, uma estratégia parece ser simples de definir e implementar.

O país caracteriza-se por possuir 98% das suas superfícies florestais na posse de proprietários privados, esmagadoramente famílias, centenas de milhares delas.

Quando os proprietários (privados) são subjugados pelos técnicos, ao invés de prestarem apoio especializado, o problema agrava-se. Os detentores dos terrenos são quem toma decisões sobre eles, não são os técnicos.

Quando os políticos se sobrepõem, em questões técnicas, aos técnicos, o problema agrava-se definitivamente.

Quando os políticos se deixam condicionar por interesses financeiros externos à floresta, o problema foge ao controlo.

E que tal reenquadrar as posições de cada um destes grupos?

Vejamos o caso das florestas das Landes, em França, uma região com a maior mancha de pinhal no sul da Europa, numa extensão de cerca de 1 milhão de hectares, onde em 2011 arderam 1.100 hectares e em 2012 cerca de 1.000 hectares (só na Serra do Caramulo, longe de possuir 1 milhão de hectares de extensão, arderam mais de 5.000 hectares, não num ano mas em meia dúzia de dias). E qual a diferença para o caso português? Simples, "...les propriétaires forestiers se sont regroupés pour former des associations syndicales de Défense des Forêts Contre l'Incendie (D.F.C.I.). Chaque propriétaire participe aux différents aménagements en payant une cotisation à l'hectare."

Haverá sempre outros caminhos possíveis, como colocar reclusos a limpar florestas, aumentar as penas para os incendiários, manter o circo mediático estival, com os protagonistas de sempre. Protagonistas que, não sendo proprietários florestais, jamais conseguirão nada de concreto para além de fazerem carreira em palcos de oportunidades e populismo.