quinta-feira, 12 de junho de 2014

Ora cá está, o cúmulo da hipocrisia




Sôtor, a gestão florestal, para além da componente técnica, tem uma componente comercial. Esta última vive nas ruas da amargura.

Sôtor, o Ministério que o seu partido gere há três anos deveria prestar apoio técnico à gestão florestal, juntos dos proprietários florestais, deveria desenvolver medidas de aproximação entre a investigação e a produção, deveria implementar um serviço de extensão florestal, deveria apostar em algo mais do que em puro marketing político. A maioria absoluta de que o governo de que faz parte dispõe, daria para dar um volte face à situação de declínio progressivo das florestas e da atividade florestal em Portugal. Três anos volvidos, constata-se o falhanço.

Sôtor, as empresas a que se refere, com a sua autorização, impõem unilateralmente os preços aos outros produtores, os de cariz familiar, o que impede muitos deles, os com propriedades de menor dimensão, de custearem uma gestão ativa, profissional e desejavelmente sustentável.

Sôtor, as empresas a que se refere são tão boas gestoras que, nos últimos anos, abandonaram dezenas de milhares de hectares (só de eucaliptal foram mais de 30 mil hectares aqueles de que prescindiram). Ou seja, transferiram a sua "boa" gestão para uma gestão incerta ou não gestão.

Sôtor, tenho muitas dúvidas que sejam tão boas gestoras como apregoa. Pedi para visitar algumas das áreas sob sua gestão, até hoje espero autorização. Em causa está a aplicação de resíduos industriais nos solos sob sua gestão. No final do caminho pode estar em causa a saúde pública de populações rurais.

Sôtor, deixe-se de hipocrisia e ponha em prática o que vem na página 60 do "seu" guião Um Estado Melhor (versão de outubro de 2013).

Sôtor tenha consciência de que, ao não querer intervir nos mercados, está a prejudicar a Lavoura e a persistir em manter o ónus dos incêndios florestais nos Contribuintes.