quarta-feira, 11 de maio de 2016

Devaneios que saem muito caros

Para os menos informados pode parecer inacreditável, mas o investimento florestal em Portugal (em arborizações, rearborizações, ou beneficiações), financiado (pelo Orçamento do Estado e medidas da Política Agrícola Comum) ou validado (no âmbito do Regime Jurídico das Ações de Arborização e Rearborização - RJAAR) por entidades públicas, não é objeto de uma análise financeira, nem comercial, na tomada de decisão por essas entidades.

Talvez o facto explique o desaire dos apoios públicos (do PEDAP, do PAMAF, do AGRO, do RURIS e do PRODER) às florestas em Portugal, ou as validações no RJAAR de favorecimento a uma oferta de elevado risco a empresas industriais protegidas pelas governações.


Na tomada de decisões de atribuição de financiamento púbico ou de validação de ações de (re)arborização não nos podemos alhear da totalidade do ciclo florestal, da sua viabilidade financeira, mais ainda num país de floresta essencialmente privada


Será que na reformulação do PDR 2020 ou no diploma que irá revogar (de acordo com o Programa do Governo) o Decreto-lei n.º 96/2013, de 19 de julho (que cria o RJAAR), se irá manter esta situação? Ou o investimento florestal, como em qualquer outro sector da atividade económica, verá os seus projetos submetidos a análise, não apenas técnica, mas igualmente financeira e comercial (para não falar de uma analise social, ambiental, económica e institucional, quando aplicável)?

A garantia de gestão florestal desses investimentos depende da respetiva análise financeira e comercial, o impacto maior ou menor nas consequências de uma eventual deficiente gestão também. Não vale a pena é chorar os incêndios, quando por outro lado se os está a fomentar.


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